A estudante de enfermagem Andreia Carvalho, de 30 anos, “se encantou” pela área de administração depois de uma experiência no setor numa assessoria de comunicação do Recife. “Minha formação é na área de saúde, mas pretendo fazer concurso também na área administrativa. Meu maior problema é conhecimento e tempo. Não sei muito o que fazer e ainda trabalho”, conta. A situação de Andreia, garante o coordenador pedagógico do Nuce, Cícero Roseno, é bastante comum entre os futuros concurseiros. Os primeiros passos para ingressar numa carreira pública podem envolver decisões importante, como o adiamento da conclusão de um curso de graduação ou a demissão de um trabalho na iniciativa privada.
“Na minha opinião, vale a pena trancar uma graduação que esteja no começo. A decisão deve ser pensada quando um curso está na metade ou no fim”, aconselha Cícero. Segundo ele, para fazer um bom curso universitário, o estudante pode levar de 4 a 5 anos. Para uma preparação de um grande concurso, o tempo é reduzido para 2 ou 3 anos. “É uma troca que pode valer a pena. Numa seleção como a do TJPE, um técnico pode ganhar até R$ 4 mil. Num concurso de nível superior, como de professor, o salário é de R$ 1 mil”, defende o coordenador.
Deixar a graduação ou dar uma pausa no emprego é uma questão que está mexendo com Andreia. De acordo com ela, o tempo ocupado pelas duas funções atrapalha seu desempenho como concurseira. “Chego a estudar de madrugada. Não tenho tempo para ver questões como deveria. Além disso, minhas atenções também estão voltadas para dentro de casa. Tenho que cuidar do meu dia-a-dia”, pontua. “Trancar? Acho que está pode ser a solução no momento. Mas não sei ainda o que vou fazer”, conta.
O diretor do Instituto de Desenvolvimento e Aperfeiçoamento Jurídico, Cláudio Castro, argumenta que antes de tomar qualquer decisão, o concurseiro deve conhecer a área que pretende prestar concurso. “Acredito que deixar a graduação é uma decisão precipitada. O primeiro passo é fazer um planejamento financeiro para saber se é possível dedicar um tempo exclusivo às seleções. Muitos concurseiros já fecham as contas no fim do mês em casa”, diz.
Outro ponto defendido por Cláudio é procurar uma área específica para se dedicar. Segundo ele, uma pessoa formada numa boa graduação em matemática ou engenharia pode ter um bom desempenho num concurso nos setores de finanças ou fiscal. “Além disso, eu recomendo uma conversa com antigos concurseiros para saber quais são as dificuldades numa seleção. Alguns preparatórios oferecem uma semana de aula gratuita. Fazendo isso, ele vai saber se pode seguir em frente ou não”, recomenda.
O guia do concurseiro de primeira viagem
Antes de se preparar para uma seleção, procure conversar com concurseiros que já vêm estudando há algum tempo. A troca de informações pode lhe ajudar nos “primeiros passos” da conquista da vaga pública.
Faça um planejamento financeiro. Não tranque uma faculdade ou mesmo deixe um emprego na iniciativa privada sem ter em mãos algumas economias. Lembre-se que um concurso pode passar dois anos (ou mais) para nomear um candidato aprovado.
Procure saber quais são as disciplinas que mais são cobradas pelas comissões organizadoras. De acordo com Cícero Roseno, do Nuce, estudar matérias como matemática, lógica, informática, português e direitos constitucional e administrativo garantem 90% dos conteúdos.
Também organize seu tempo. Não adianta investir num curso preparatório sem ter tempo suficiente para estudar em casa. Neste planejamento, deixe um tempo reservado para estudos em casa, como leituras de apostilas e livros.
Alguns cursos podem ajudar na preparação de um concurso, principalmente os da área jurídica. Porém, a forma como os conteúdos é cobrada na faculdade e nos concursos é diferente. Não pense que domina todos os assuntos. Saia atrás de antigos editais e resolva algumas questões da banca examinadora com antecedência.
Fonte: DN Online
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