A catarata infantil afeta entre 1.500 e três mil crianças a cada ano no Brasil. A falta de informação e a dificuldade para iniciar o tratamento adequado fazem com que muitas crianças não desenvolvam a visão devido à doença. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), a catarata na infância é responsável por cerca de 20% dos casos de cegueira em crianças de zero a 15 anos de idade em nosso país.
Caracterizada pela opacificação do cristalino e consequente redução da visão, a catarata infantil pode ser facilmente diagnosticada. Doenças como infecções congênitas, provocadas por rubéola ou toxoplasmose, problemas no metabolismo ou herança genética, são alguns possíveis desencadeadores do problema. A análise precoce da catarata infantil é de extrema importância para o bom desenvolvimento da visão da criança. “Quanto mais cedo houver o diagnóstico, mais chances de um tratamento bem sucedido e de recuperação da visão”, avalia o oftalmologista Isaac Mário Cunha, que participa do projeto Caravana Escolar.
O exame para detecção da doença, conhecido como teste do reflexo vermelho, ou teste do olhinho, é realizado em consultório pelo pediatra, nos primeiros meses de vida, por meio de um aparelho oftalmoscópio. Grande parcela dos casos de cegueira em crianças poderia ser prevenida. No entanto, a desinformação faz com que o tratamento aconteça tardiamente. "Infelizmente, a falta de esclarecimento é um fator que pesa muito no diagnóstico tardio, o que dificulta a realização do procedimento cirúrgico para a correção do problema”, alerta o oftalmologista.
Exames de acuidade visual são alguns dos procedimentos realizados pelo projeto Caravana da Saúde Escolar, que durante esta semana atendeu alunos e professores da Escola Municipal Djalma Maranhão, no bairro de Felipe Camarão. O exame de Auto Refração Computadorizada, utilizado para o diagnóstico de problemas como miopia, hipermetropia e astigmatismo, foi feito nesta quinta-feira (14) com os alunos que passaram pela triagem nos três primeiros dias de atendimento da Caravana e que apresentaram alterações. “No caso do diagnóstico de problemas, são realizados encaminhamentos para unidades de referência da rede de saúde”, explica a pedagoga do projeto, Tereza Tomaz.
“Rotineiramente, nos atendimentos da Caravana, lidamos com casos mais simples, quando é diagnosticada a necessidade de uso de óculos pelos alunos. Mas já passaram por nós alguns casos mais graves, em que a criança já estava em um processo avançado de perda de visão. Quando é assim, fazemos o encaminhamento para um exame mais aprofundado em unidades como o Onofre Lopes”, explica Isaac.
Além de cuidados com a visão, exames de audição são realizados pelo projeto, promovido pela Secretaria Municipal de Saúde em parceria com o Instituto Pedro Cavalcanti, para onde são encaminhadas as crianças que precisam de algum tratamento. A saúde vocal dos professores também é analisada. Na próxima semana, a Escola Municipal Nossa Senhora da Apresentação, na Zona Norte de Natal, receberá a Caravana.
Assessoria de Imprensa Caravana da Saúde Escolar
Nenhum comentário:
Postar um comentário