segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Chico Xavier é tema de mais uma produção para o cinema

Ao que parece, os filmes com temática espírita vieram para ficar. Depois de um ano marcado pelo sucesso de Chico Xavier e Nosso lar, estreia em abril o terceiro filme baseado na obra do mais famoso médium brasileiro, que relata a história verídica de três mães que mudaram a trajetória de suas vidas depois que receberam mensagens vindas do plano espiritual. Como no caso do longa de Daniel Filho, As mães de Chico Xavier é inspirado num livro de Marcel Souto Maior – Por trás do véu de Ísis –, uma investigação jornalística sobre a psicografia. “Marcel é ateu. Depois de escrever a biografia de Chico Xavier resolveu se aprofundar na questão da psicografia – onde existe charlatanismo e onde há seriedade – e foi investigar histórias de mães. A partir do livro, o roteirista Emmanuel Nogueira começou a pesquisar personagens nos livros de Chico Xavier. Viajou para Pedro Leopoldo, São Paulo, Uberaba e, depois de várias entrevistas, escolheu três histórias”, explica Luís Eduardo Girão, produtor do filme.

Uma das mães escolhidas foi a mineira Célia Diniz, que perdeu um filho de apenas 3 anos. Natural de Pedro Leopoldo, ela já conhecia o trabalho de Chico Xavier, pois seu pai trabalhava com ele na Fazenda Modelo. Na época que procurou o médium ela já havia se mudado para Uberaba. Ela viajou para o Triângulo Mineiro e encontrou consolo numa mensagem psicografada de seu filho.

“Levar para o cinema a minha história é uma oportunidade de dizer para as mães que também perderam um filho que elas vão superar a dor, que a vida continua, que nossos filhos estão vivos em outra dimensão e que a separação é passageira, que vai haver um reencontro”, explica Célia. Ao assistir ao filme, ela ficou impressionada com o trabalho da atriz Vanessa Gerbelli. “Ela interpretou a minha situação com tanto carinho e respeito que, assistindo, pensava que a dor era dela também. Foi um processo interessante, descobri com o filme o que daquela dor ainda existe dentro de mim. Depois de perder um filho ninguém fica do mesmo tamanho. Ou você se destrói na depressão e na doença ou então se fortalece”, explica Célia.

As outras mães relatadas no filme são paulistas. Ruth, personagem de Via Negromonte, tem um filho viciado em drogas que comete suicídio. E Lara, interpretada por Tainá Muller, enfrenta o dilema de uma gravidez não planejada. “As três mães estão vivas e participaram da realização do filme. A mãe do rapaz drogado está bem idosa e aparece dando um depoimento”, conta Girão.
Também estão no elenco os atores Herson Capri, Caio Blat e Nelson Xavier, que volta a interpretar o médium depois do filme de Daniel Filho. A maior parte das filmagens foi realizada no Ceará, em Guaramiranga, Fortaleza e Pacatuba, e as últimas cenas foram registradas em Pedro Leopoldo. “Este filme vai tocar num ponto-chave que é o ser humano Chico Xavier e o mandamento dele de amor ao próximo. Ele não apenas dava a mensagem, chorava junto, compartilhava a dor. Era pelas histórias que Chico gostava de ser lembrado, não pelos alimentos ou pelo dinheiro que doava. Ele gostava de ajudar as mães, confortá-las”, afirma Girão.



Da redação do UAI.COM.BR

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