quinta-feira, 3 de maio de 2012

Giz x saúde do professor: Como prevenir problemas?


Realidade ainda em diversas escolas públicas e privadas de todo o país, o uso constante do giz traz consequências à saúde do professor. O pó espalhado pelo apagador e o próprio contato com a pele pode acentuar sintomas em quem sofre de alergias respiratórias e provocar incômodos vocais que atrapalham diretamente a rotina de trabalho desse profissional.

“A gente passa o dia escrevendo com o giz e não tem jeito, a garganta resseca, arde e eu passo o dia espirrando. A saída que encontrei foi tomar água direto, porque percebi que melhora”, destaca a professora Irimar Aguiar de Lima.   

A médica Diana Lacerda esclarece que, assim como poeira, mofo e pelos de animais, o pó de giz possui componentes alérgicos que podem sensibilizar quem já tem predisposições a alergias respiratórias, como por exemplo, uma rinite alérgica. “O contato do pó com a boca e o nariz pode acentuar qualquer processo alérgico e provocar sintomas como a coceira na garganta, que os professores tanto reclamam”, afirma. 

E a especialista dá algumas dicas para o uso do giz em sala de aula, como a utilização de um pano úmido para apagar o quadro negro e também para a hora de escrever com o material. “O pano úmido contribuirá para a retenção da poeira e também diminui o contato direto com o giz. Outra dica é a higienização constante das mãos, após o uso, para que o professor não acabe levando a mão suja até à boca ou aos olhos e manter o ambiente arejado. A higienização do nariz com soro fisiológico também pode amenizar os incômodos”, explica.

A professora Ivone Maria Freitas conta que tem rinite alérgica e que, após o trabalho, sempre voltava para casa espirrando e com muita dor de garganta. Mas que, com o tempo, montou suas próprias estratégias para evitar o giz nas atividades escolares. “Eu tento diminuir o uso do quadro negro, digito e faço cópias de atividades, uso bastante o livro e organizo trabalhos em grupos”, diz.

As consequências da poeira do giz para a respiração e a voz, além de qualquer outro fator que possa influenciar de forma negativa a saúde vocal dos professores, como o mau uso e o abuso da voz em sala de aula, é foco de atenção do projeto Caravana da Saúde Escolar, desenvolvido pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS), em parceria com o Instituto Pedro Cavalcanti (IPC), nas escolas públicas de Natal e que, de hoje (02) até sexta-feira (04), está na Escola Municipal Berilo Wanderley, no bairro de Bom Pastor.  

“Já que não há como o paciente evitar o contato com o alergênico na rotina, o projeto dá as orientações e o acompanhamento necessário para o controle e a minimização dos seus efeitos para a saúde”, destaca a médica Diana Lacerda.

Para a prevenção e cura de problemas, a cada semana, uma equipe de otorrinolaringologistas e fonoaudiólogos visita uma nova instituição, para a realização de orientações, exames de espectrografia vocal e laringoscopia e também encaminhamentos para cirurgias e acompanhamento vocal com todos os professores e equipe de apoio do local.

Cuidados com a saúde dos alunos

Além dos cuidados com a saúde vocal dos professores, o projeto Caravana da Saúde escolar também realiza ações preventivas e curativas permanentes de saúde visual e auditiva dirigidas aos alunos das escolas visitadas.

Aos estudantes, são oferecidas consultas com oftalmologistas, otorrinolaringologistas e fonoaudiólogas; e exames de audiometria, otoscopia, tonometria e teste de acuidade visual; além de encaminhamentos para exames mais específicos, cirurgias e acompanhamentos em unidades de referência da rede de saúde pública e na própria sede do Instituto Pedro Cavalcanti.      

Assessoria de Imprensa Caravana da Saúde Escolar

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