O principal motivador da alteração é evitar erros como o cometido durante a partida entre Alemanha e Inglaterra pelo Mundial de 2010. Na ocasião, o inglês Lampard teve um gol legítimo ignorado pelo árbitro. Como a bola ultrapassou a linha do gol, mas depois bateu na trave e voltou à pequena área, o lance confundiu o juiz uruguaio Jorge Larrionda, que deu continuidade ao jogo, sem alterar o placar.
O engano de Larrionda alterou de modo incisivo o andamento da disputa entre as duas seleções. Se o tento de Lampard tivesse sido validado, o placar terminaria em 2 x 2 no primeiro tempo. Em desvantagem no marcador, a Inglaterra não conseguiu superar os alemães na etapa final e saiu derrotada por 4 x 1. Caso a tecnologia do chip já estivesse em uso, o árbitro uruguaio teria recebido um sinal sonoro quando a bola ultrapassou a linha do gol.
PARA SIMON, BRASIL NÃO ESTÁ PREPARADO
Carlos Eugênio Simon é implacável ao avaliar os árbitros e assistentes em atividade no país sede do Mundial de 2014. “No Brasil, nós não temos nenhum trio de arbitragem preparado para a Copa, no padrão que a Fifa exige”, avalia. É preciso trabalhar dentro dos critérios que a federação exige. Ela quer conhecimento total do jogo, o que inclui inglês fluente, habilidade com computadores e exímio preparo físico. Nós temos bons árbitros, mas precisamos fazer uma preparação intensa, já que a Copa é aqui no nosso país e devemos ter uma arbitragem de altíssimo nível.”
Árbitros querem profissionalização
Além das discussões sobre equipamentos capazes de ajudar a diminuir os erros e as dúvidas durante as partidas, as entidades que representam a arbitragem querem a regulamentação da carreira. “Todo mundo é profissionalizado, o jogador é, o preparador físico, também. Somente nós não somos”, reclama Marco Antônio Martins, presidente da Associação Nacional dos Árbitros.
Para ele, a falta de normatização prejudica a formação de juízes e assistentes. “Não há uma regularidade nem garantia de que o profissional vai atuar. Não temos como investir na base nem promover melhorias”, argumenta Martins.
A audiência pública que discutiu, ontem, a situação da arbitragem brasileira na Câmara dos Deputados foi uma iniciativa do deputado André Figueiredo (PDT-CE). Ele pretende dar andamento a um projeto criado em 1979 — e nunca votado — sobre a regulamentação do trabalho dos profissionais do apito.
O parlamentar defende a adoção de um dispositivo capaz de não mais obrigar esses trabalhadores a exercerem outros empregos, fora do futebol. “Temos plena convicção de que um profissional bem qualificado e remunerado é isento”, argumenta André Figueiredo.
Fonte: DN Online
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