domingo, 21 de novembro de 2010

Natal: a nova rota dos grandes eventos

Após o Titãs lotar o Palácio dos Esportes no calor dos anos 80, Lulu Santos danificar o gramado do Juvenal Lamartine em show ao ar livre, ou o Legião Urbana tocar no Papódromo à mercê da chuva na década de 90, o Machadinho assistia a montagem de um palco numa quadra de esportes para receber oito vezes o show de Roberto Carlos e se tornar a opção de abrigo para os melhores shows da cidade. E o que dizer dos ventos, chuvas e imprevistos da Arena do Imirá, da Cervejaria Continental ou do estacionamento do hotel Vila do Mar? Fato é que Natal nunca teve um local apto a receber os grandes espetáculos até a pré-inauguração do Teatro Riachuelo, na última sexta-feira.

Desde a inauguração do Teatro Alberto Maranhão há 106 anos, Natal espera um espaço apto a receber as mega produções nacionais. O Teatro Riachuelo estendeu o tapete vermelho e já anuncia a vinda de Roberto Carlos, Jorge Vercílio, Zizi Possi e Toquinho. Os R$ 1,5 mil lugares representam quase o tripo da capacidade do TAM. Os equipamentos elevam o novo Teatro ao status de melhor do Norte e Nordeste e um dos mais modernos do país. E no rastro do investimento privado, Natal ingressa na rota dos artistas, eventos, feiras e peças teatrais mais prestigiados do país. Mas, cabe espaço ao artista potiguar neste grande teatro? A relação custo x benefício é o maior entrave: lota ou amarga o prejuízo.

Sob essas condições, a maioria esmagadora dos artistas potiguares manterá seus shows em bares e pequenas casas de show. Infelizmente a realidade local impossibilita a lotação de uma casa do tamanho do Teatro Riachuelo. Mesmo no agora mediano TAM, o público espera no saguão do Teatro o início do show nacional, enquanto o talento potiguar toca para poucos. O produtor Zé Dias chama a atenção para outro fator: "No Teatro de Cultura Popular (TCP) ou na Casa da Ribeira, por exemplo, Khrystal (cantora e compositora potiguar) pode fazer temporada de dois ou três shows para divulgar seu trabalho. No Teatro do Midway isso não é possível". Nem no TAM, com pautas comumente lotadas, ou no Teatro Sandoval Wanderley, pequeno e depredado.

Alexandre Maia - o grande dos shows musicais nacionais em Natal - acredita que demore um ano até que o TR se torne conhecido no meio artístico nacional. O produtor aponta uma série de vantagens do novo teatro: estacionamento seguro, confortável e sem cobrança, uma rede com quatro dos melhores restaurantes da cidade na saída do teatro; a área urbana de fácil acesso; e a versatilidade do empreendimento em abrigar shows sentados ou em pé, quando as poltronas são removidas e dão lugar à pista. "Esse teatro vai resgatar pessoas mais idosas que já haviam desistido de ir para shows por dificuldade de acesso ou algum tipo de desconforto", complementa.

Futuro

Até então, o TAM, na Ribeira, e o Boulevard Recepções, em Nova Parnamirim - ou ainda o Centro de Convenções, na Via Costeira -, eram os dois principais palcos da cidade. "O Centro de Convenções foi construído irresponsavelmente com pé direito baixo. Não custaria praticamente nada aumentar de 5m para 9m, que é o mínimo exigido para um grande show. Poderia ser uma boa casa de espetáculos". A respeito do Boulevard, Alexandre acredita que a Casa cumpriu e ainda cumprirá sua missão. "No Boulevard há lugar para 2,5 mil pessoas".

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