domingo, 31 de outubro de 2010

Alimentação é peça chave para diminuir o estresse pré-vestibular


Mais do que acompanhamento psicológico, a boa alimentação pode ser a chave para combater o estresse e o nervosismo diante do vestibular, além de auxiliar na concentração e fixação de conteúdos. A nutricionista Priscila Guimarães explica: tudo no nosso corpo depende das reações químicas que ocorrem nas células, e, por sua vez, o funcionamento das células depende diretamente dos nutrientes que ingerimos.

Na reta final do vestibular da UFRN (Universidade Federal do Rio Grande do Norte), há um aumento no consumo de cafeína (para ter mais disposição para os estudos) e chocolate (como compensador para o estresse). Também são comuns cenas em que os estudantes sentam para estudar tendo ao lado pacotes de biscoitos amanteigados.

“A população de modo geral, sobretudo os jovens, têm consumido alimentos cada vez mais refinados. Isso representa uma perda de micronutrientes importantes para estimular os neurotransmissores”, Patrícia afirma. Para substituir os biscoitos, por exemplo, são recomendadas oleaginosas, como castanhas, nozes e amêndoas.

Elas são ricas em ácidos graxos essenciais, as chamadas “gorduras boas”, que proporcionam maior produção de energia, aceleração do metabolismo, maior oxigenação das células. Além disso, os ácidos graxos servem como reguladores hormonais e estimuladores de impulsos nervosos.

Quanto ao café, um dos itens preferidos dos vestibulandos para estudar até mais tarde, ele deve ser consumido com restrições. “Muitos concurseiros criam dependência do café. Acontece que, apesar de inibir o sono, ele prejudica o aprendizado e o rendimento”, indica a nutricionista. De acordo com ela, dormir bem é indispensável para fixar os conteúdos.


Para vestibulandos, não é sequer recomendado se debruçar sobre os livros até altas horas.

No caso dos vestibulandos, não é sequer recomendado se debruçar sobre os livros até altas horas. Como as provas são aplicadas no turno matutino, estudar pela manhã treina o relógio biológico e aumenta o rendimento durante a realização do teste.

Ainda assim, para quem não dispensa o cafezinho, Patrícia Guimarães dá algumas dicas de como aproveitar ao máximo os nutrientes do grão. Primeiro, é preferível consumir a bebida coada em papel. “Existem compostos bioativos no café que são conservados quando passam por coadores de papel, mas ficam retidos quando é utilizado pano”.

Outra recomendação é adicionar uma colher de chá de canela em pó, o que acelera os processos cognitivos de aprendizado. A canela ajuda a aumentar a capacidade das células para utilizar a glicose, podendo ainda normalizar os níveis de açúcar no sangue. Também atua no processo cognitivo, estimulando a atenção, a memória e a agilidade visual e motora.


Chocolates têm propriedades benéficas ao organismo.
Mesmo o chocolate pode ser consumido, desde que escolhidas opções com mais de 60% de cacau na composição. A versão ao leite, apesar de produzir serotonina, detém grande quantidade de gorduras saturadas. Apesar de serem vistos como “vilões” da boa alimentação, os chocolates têm propriedades benéficas ao organismo. Estudos indicam que os amargos e meio amargos contém antioxidantes que combatem radicais livres, retardando o envelhecimento e reduzindo os níveis de LDL, o mau colesterol.

Vale lembrar que, às vésperas do processo seletivo, os cuidados devem ser redobrados. A nutricionista Priscila Guimarães informa que, nos dias que antecedem a prova, o organismo fica mais propício a ter disfunções intestinais. A ansiedade e o estresse funcionam como catalisadores para esse mal, causando irritações no sistema digestivo.

“Recomendo que, pelo menos três dias antes do vestibular, os estudantes comam apenas em locais onde eles saibam da procedência dos alimentos e possam confirmar a higiene na preparação”. No cardápio, alimentos leves, frutas e legumes são os mais indicados. Deve-se evitar gorduras, principalmente aquelas submetidas a processo de fritura. Em contrapartida, óleo de linhaça e azeite de linhaça são permitidos e indicados.

O abacate também é benéfico para a flora intestinal. O consumo da fruta auxilia tanto no relaxamento quanto para fornecer energia para enfrentar a maratona de provas. Isto, dada sua composição nutricional, que contém quantidades significativas de ácido oleico, vitamina C, fibras, esteróis e mesmo calorias. Chás calmantes, principalmente se preparados a partir da própria erva, ajudam a diminuir o estresse.

No cardápio dos estudantes, alimentos leves, frutas e legumes são os mais indicados.

“Outro alimento pouco conhecido é a levedura de cerveja, rica em cromo. O levedo tem resultados muito positivos em casos de fadiga e estresse”, Patrícia explica. Ele também equilibra a flora intestinal, fortalece o sistema imunológico e os nervos, e tem função desintoxicante ao passo que elimina substâncias nocivas.

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